Um estudo recente, de novembro de 2023, investigou como certas mudanças em biomarcadores patológicos e no volume do cérebro estão relacionadas ao declínio cognitivo em adultos clinicamente saudáveis. O objetivo desta investigação era entender como os níveis de beta-amilóide, tau e o volume do hipocampo se relacionam com a capacidade cognitiva ao longo de um período de 10 anos. Pretendiam especialmente avaliar de que modo a diminuição do tamanho do hipocampo afeta a cognição, tendo em conta os níveis de beta-amilóide e tau no cérebro.
Os investigadores, ao analisarem todos os marcadores biológicos, descobriram que, em adultos mais velhos, a atrofia progressiva do volume do hipocampo estava associada a declínio cognitivo, independentemente dos níveis de beta-amilóide e tau, sugerindo que outras condições patológicas, não apenas a Doença de Alzheimer, podem contribuir para esse declínio cognitivo influenciado pelo hipocampo.
A medição do volume do hipocampo, associada à avaliação dos marcadores específicos da Doença de Alzheimer, pode auxiliar na compreensão do papel de outras patologias que afetam o hipocampo e que não podem ser diagnosticadas de outra forma durante a vida do indivíduo. Assim, esta avaliação pode melhorar a capacidade de prever quem beneficiaria dos novos medicamentos e entender as trajetórias de declínio cognitivo em diferentes indivíduos. Foi observado que uma diminuição mais rápida do hipocampo estava associada a um declínio cognitivo mais acentuado, sendo que, de forma isolada, a redução no volume do hipocampo foi responsável por 10% da variação no declínio cognitivo observado. Estas conclusões enfatizam que a demência é uma condição complexa, com diversas causas subjacentes, além da doença de Alzheimer.
Por fim, é importante sublinhar que a maioria dos participantes do estudo eram pessoas brancas e com alto nível de escolaridade. Tendo em conta esta limitação, é possível que os resultados não sejam generalizáveis para toda a população, considerando a diversidade étnica e socioeconómica.