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Usar a música e as palavras para superar a Demência

As famílias desempenham um papel fundamental no cuidado de pessoas com Demência, para que as mesmas vivam em casa pelo maior tempo possível, atrasando ou evitando a transição para estruturas residenciais para idosos. 

Isso, mostra a literatura, beneficia quer a pessoa com Demência, mantendo-a num ambiente familiar, seguro e protetor, assim como parece representar uma poupança económica significativa, dado o custo dos cuidados formais, que tendem a aumentar à medida que o quadro da pessoa com Demência se vai deteriorando, e nem sempre respondem às necessidades específicas da pessoa. 

Muitas vezes os cuidados prestados podem considerar-se inadequados, sendo identificado um uso excessivo de restrições físicas e intervenções farmacológicas para gerir o estado de humor e comportamental de pessoas institucionalizadas com Demência.

É hoje amplamente reconhecido pela comunidade científica, que as intervenções farmacológicas para a Demência devem ser combinadas com opções não farmacológicas, nomeadamente estimulação cognitiva ou multissensorial, terapia da reminiscência, com animais, pela música ou outras artes, entre outras. 

Capacitar os cuidadores, sobretudo os informais, a usar atividades como colocar música ou leitura de textos parece não traduzir apenas uma forma eficaz de gerir os sintomas comportamentais e psicológicos da Demência, apoiando o funcionamento cognitivo, mas também de promover um humor positivo e qualidade de vida tanto para o cuidador quanto para a pessoa, e criar oportunidades significativas para experiências de interação compartilhadas entre entes queridos. 

Na literatura são relatados benefícios observáveis de atividades com música e leitura de textos (ler em voz alta ou audiolivros), para a função cognitiva, humor, níveis de agitação e ligação ao outro. É importante salientar que as atividades devem atender aos gostos e preferências da pessoa, o que facilita a integração das mesmas nas rotinas diárias.

Na Se-Mente | Saúde Mental Sénior pode encontrar estratégias não farmacológicas de intervenção, que procuram revolucionar a forma como as pessoas que vivem com demência e seus cuidadores são apoiados para viver vidas significativas.

Fonte: Adaptado de “Using music and words to bridge dementia “ por Kate Teggelove e Professora Felicity Baker, Universidade de Melbourne