SAÚDE MENTAL SÉNIOR

FACTOS & NÚMEROS

Se há tema onde abundam os mitos, ou seja crenças sem qualquer valor científico, a saúde mental é um deles. Verifique aqui alguns dos mitos mais generalizados sobre esta área.

Mito Os problemas de Saúde Mental são raros.
Facto O primeiro Estudo Epidemiológico Nacional de Saúde Mental realizado em Portugal, revelou que cerca 23% da população apresenta um problema de Saúde Mental. A prevalência em Portugal é das mais elevadas da Europa: um em cada cinco portugueses tem ou já teve um problema de Saúde Mental.

Mito Os problemas de Saúde Mental são fruto da nossa mente.
Facto Os problemas de Saúde Mental, têm consequências a nível cognitivo, emocional e comportamental, sendo, muitas vezes, acompanhados de sintomas físicos que não devem ser ignorados pelo impacto que têm ao nível do bem-estar (por exemplo, perda de sono, de peso ou de apetite).

Mito As pessoas com problemas de Saúde Mental não conseguem ser funcionais (por exemplo, ter um emprego a tempo inteiro).
Facto Os problemas de Saúde Mental variam relativamente ao modo como afetam a pessoa nos seus variados contextos. Se há pessoas que se mantêm produtivas e funcionais, outras poderão ter maior dificuldade em manter a sua vida quotidiana, dependendo da gravidade do que as afeta. O apoio psicológico ou outro tipo de terapia, ajustada caso a caso, torna possível aprender a lidar com estes problemas e recuperar alguma da funcionalidade que possa ter sido perdida.

Mito As pessoas que partilham o mesmo diagnóstico vivem os problemas de Saúde Mental da mesma forma.
Facto Ainda que um determinado problema de Saúde Mental tenda a ser caracterizado por um conjunto de sintomas comuns, nem todas as pessoas os irão experimentar do mesmo modo, nem com a mesma gravidade, nem tão pouco todos eles.

Mito A demência faz parte do processo de envelhecimento.
Facto A demência não faz parte do processo normal de envelhecimento, resultando de doenças físicas que danificam o cérebro. Ser considerada como parte do processo normal de envelhecimento poderá conduzir à não realização de diagnósticos e, consequentemente, à falta de intervenção atempada que permita retardar a evolução da doença.

Mito A demência só afeta pessoas idosas?
Facto Apesar do envelhecimento ser um fator de risco para a demência, esta também pode ocorrer em pessoas mais novas. A demência de início precoce desenvolve-se em pessoas com menos de 65 anos.

Mito As pessoas com demência são agressivas.
Facto A demência afeta cada pessoa de forma diferente, dependendo das zonas do cérebro que são lesadas. A perda de memória e a crescente dificuldade em perceber o que se passa à sua volta pode conduzir a maior frustração. Para além disso, podem surgir dificuldades em regular as emoções e momentos de maior agitação ou desinibição comportamental. Alguns destes comportamentos poderão ser vistos como forma de comunicação, sendo a agitação utilizada como mensagem para transmitir desconforto em relação a algo. Estas situações podem ser diminuídas com um ambiente calmo e confortável.

Mito Uma pessoa com o diagnóstico de demência perde a capacidade de viver uma vida com sentido.
Facto As perdas de memória e a desorientação que podem surgir num quadro de demência poderão tornar mais desafiantes as atividades normais do dia-a-dia. No entanto, as intervenções não farmacológicas podem otimizar a cognição, a saúde física, o nível de ocupação e o bem-estar geral, diminuindo os efeitos da demência quando ela se instala. Para além disso, e apesar de não existir uma cura, alguns fármacos podem melhorar os sintomas ou retardar a evolução da doença.

Mito A pessoa com demência não percebe o que se passa à sua volta.
Facto Especialmente nas fases iniciais, a pessoa com demência pode manter a consciência do que se passa e do que lhe fazem sentir os contactos com os outros. Pode não se lembrar, por exemplo, do nome da pessoa que a visita, mas recorda as emoções associadas àquela pessoa e de como essa pessoa a fez sentir durante essa mesma visita.

Mito Cuidadores e familiares de pessoas com demência não precisam de cuidados.
Facto Os cuidadores precisam de estar física e psicologicamente saudáveis para cuidar com qualidade. Para lidar com os desafios da doença poderá ser benéfica a frequência de grupos de autoajuda ou ajuda mútua e sessões de psicoeducação. Encontrar momentos para se auto-cuidarem é essencial, qualquer que seja a forma de o fazerem.

Mito Não se pode atuar na prevenção de quadros de demência.
Facto Apesar de haver fatores de risco demência que não conseguimos controlar, como a idade, o género ou a genética, estudos identificam vários fatores de risco que podem ser modificados e ajudar na prevenção ou adiamento de quadros de demência. Por exemplo, em pessoas com mais de 65 anos é particularmente importante combater o consumo de tabaco, a depressão, o isolamento social e a inatividade física.

A Saúde Mental em números

Ainda que a grande maioria dos idosos seja emocional e psicologicamente feliz e saudável, cerca de 15% dos adultos com 60 ou mais anos tem uma perturbação mental.

Nesta faixa etária, os quadros psiquiátricos mais prevalentes são a depressão, a ansiedade e as alterações de sono. E nem sempre surgem com as mesmas manifestações clínicas de outras faixas etárias, tornando mais difícil o diagnóstico e a atuação atempada com o que implica em termos de sofrimento e perda de qualidade de vida. A taxa de suicídio nos idosos é quase o dobro do que se verifica noutras faixas etárias.

4%

Cerca de 4% dos idosos tem depressão

2x

As ansiedades nos idosos são 2 vezes mais prevalentes do que na infância e no jovem adulto

5 a 7%

As demências são mais prevalentes que as depressões, afetando 5 a 7% da população idosa

217 000

Número estimado de pessoas com demência em Portugal

DEMÊNCIA

Com o aumento da esperança de vida intensificam-se também as doenças neuro-cognitivas, onde se insere a demência.

Pelo impacto que têm nas pessoas afetadas e suas familias, torna-se prioritário desenvolvermos intervenções eficazes, de modo a promovermos a melhor qualidade de vida a todos os envolvidos.

O que é a demência? Demência é uma designação que descreve um conjunto vasto de sintomas, causados por perturbações no cérebro e que levam à sua deterioração progressiva.
Os sintomas de demência podem incluir: perda de memória, dificuldades no planeamento, na resolução de problemas, no raciocínio; dificuldades de comunicação; alterações no humor e comportamento.
Ainda que as mudanças ocorram de forma lenta e em pequena escala, com o tempo, estes sintomas agravam-se e a pessoa necessita de mais e mais apoio no seu quotidiano, o que prejudica significativamente a sua autonomia e funcionalidade. A demência não faz parte do processo natural do envelhecimento.
Apesar de ocorrer principalmente na população idosa, pessoas mais jovens podem desenvolver demência precoce.

Como se diagnostica a demência? Apesar de um conjunto de sintomas (esquecimentos frequentes, desorientação, dificuldades na realização com sucesso de atividades de vida diária, alterações no comportamento) poderem sugerir a presença de um processo neurodegenerativo como a demência, a mesma apenas pode ser diagnosticada por um médico, sendo os clínicos mais orientados para o seu diagnóstico os especialistas em Neurologia e em Psiquiatria.
Através de exames de neuroimagem (TAC, Ressonância), avaliação bioquímica (e estudo genético) e avaliação neuropsicológica compreensiva, o clínico poderá estabelecer o diagnóstico de demência, sendo que existem vários tipos de demência, com diferentes terapêuticas associadas. Na Se-Mente apoiamos o processo de diagnóstico realizando avaliação neuropsicológica e funcional.

Tipos de demência A demência não faz parte do percurso normal de vida. É o resultado de doenças físicas que danificam o cérebro. Muitas doenças causam demência, mas as formas mais comuns de demência são a Doença de Alzheimer, a Demência Vascular, a Demência Fronto-Temporal e a Demência de Corpos de Lewy, tendo estas apresentações distintas, ainda que alguns dos seus sintomas sejam semelhantes o que pode tornar difícil distingui-las.
Pode saber mais sobre os diversos tipos de demências na nossa consulta.

Reduzindo o impacto e progressão da demência Atualmente ainda não se encontra disponível um medicamento que conduza à cura da demência. Existem, sim, alguns fármacos destinados a retardar a progressão dos seus sintomas clínicos.
Apesar da ausência de fármacos curativos da demência, a investigação tem sido vasta no que respeita a intervenções não farmacológicas que permitem retardar e minimizar o impacto destes quadros clínicos. São disso exemplo: as intervenções de estimulação cognitiva (treino cognitivo, uso de próteses cognitivas, etc.), as ocupações relevantes, a atividade física moderada e a adoção de um conjunto de hábitos / rotinas organizadoras para um quadro progressivo e neurodegenerativo, áreas de grande investimento na Se-Mente.

Viver melhor com a demência Há um ponto de partida que não pode ser esquecido: as pessoas com demência são pessoas e necessitam de ver satisfeitas algumas necessidades como o sentido de identidade, amor, conforto, inclusão, ocupação e vínculo.
A maior barreira para viver bem com a demência é a perda de autoestima e autoconfiança que advêm da perda de memória e outras alterações cognitivas.
É possível que um conjunto de atividades do dia-a-dia se tornem mais desafiantes, sendo fundamental encontrar algum tipo de apoio para continuar a ter uma vida ativa, integrada na comunidade e com desafios adaptados à doença. Aqui, o princípio do “use it or lose it” faz um enorme sentido: quanto mais as pessoas utilizarem as suas competências sociais, físicas e intelectuais mais retardam as perdas associadas à doença! Manter-se ativo e envolvido com a vida é a chave para viver melhor com a demência.

Apoiar uma pessoa com demência: A prestação de cuidados a uma pessoa com demência é muito exigente e gera potencialmente uma sobrecarga que põe em causa a saúde mental e física dos cuidadores, tornando-os muitas vezes pacientes ocultos.
Não é fácil encontrar um equilíbrio entre o bem-estar de quem cuida e o bem-estar de quem está doente. Além disso, a forma como cada um lida com este desafio é variada.
Frequentemente, pedir ajuda é visto como uma falha ou uma insuficiência por parte de quem cuida. E o pedido de ajuda vai sendo adiado, instalando-se um ciclo de desgaste e sofrimento que se agrava com o passar do tempo.
Saiba como no separador “Serviços”, ou contacte-nos.

Comunidade Amiga na Demência Uma comunidade Amiga na Demência é uma comunidade onde as pessoas com demência e as que delas gostam e cuidam se sentem reconhecidas, bem-vindas e incluídas.
É uma comunidade apoiante e que facilita a manutenção da autonomia e em segurança. Fazer parte desta comunidade significa pertencer à primeira linha de apoio a uma pessoa com demência que esteja em dificuldades.
Para isso é fundamental compreender o que é a demência, as alterações que provoca na memória, pensamento, comportamento e o impacto que estas têm na vida da pessoa na comunidade. Saiba as principais notícias sobre este tema, consultando o nosso Blog.

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