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O que é a Terapia da Validação?

A Terapia da Validação trata-se de uma forma de interação com a pessoa com demência que se baseia na escuta ativa, empatia, comunicação afetuosa e respeitosa, aceitação e validação. A pessoa deve ser aceite como é, com o seu valor como indivíduo. Ouvir com empatia e validar aquilo que a pessoa pensa e sente, cria confiança, reduz ansiedade e encoraja a dignidade.

Esta abordagem terapêutica, desenvolvida por Naomi Feil, assume que o comportamento manifestado pela pessoa não é aleatório, tendo um significado e objetivo próprios, surgindo para resolver algum conflito ou necessidade.

Assim, o foco empático no conteúdo emocional das expressões e palavras da pessoa com demência, permite suavizar a aflição e desorientação, aliviando sentimentos negativos, e aumentar a percepção de bem-estar e autoestima, potenciando os sentimentos positivos.

Isto pode ser alcançado através de várias técnicas de comunicação: utilização de palavras não ameaçadoras para estabelecer a compreensão; parafrasear as palavras ditas pela pessoa; manter contacto visual e voz gentil; responder em termos gerais quando o significado do que está a ser comunicado pela pessoa não é claro; usar o toque, se apropriado. Deste modo, é possível a diminuição de comportamentos como choro, bater no chão, paredes ou objetos, e promove-se o sorrir, comunicar, perceção da realidade e a serenidade.

É importante perceber que a Terapia da Validação não promove mentir à pessoa com demência, mas sim validar o que ela está a expressar, tendo noção de que algo lhe está a causar sofrimento. Nestes contextos, a orientação para a realidade pode tornar-se uma abordagem muito agressiva, pelo que a validação se mostra um agente essencial para que a pessoa se sinta ouvida, apazigue os sentimentos mais difíceis, criando a oportunidade de se acalmar.
 
Esta é uma abordagens apresentadas nos Grupos de Psicoeducação da Se-Mente | Saúde Mental Sénior. Para mais informações, não hesite em contactar-nos.
 
Fontes:

Feil, N., & Altman, R. (2004). Letter to the editor. American Journal of Alzheimer’s Disease & Other Dementias®, 19(2), 77–78. https://doi.org/10.1177/153331750401900214

Morton, I. K., & Bleathman, C. (1991). The effectiveness of validation therapy in dementia: a pilot study. International Journal of Geriatric Psychiatry.https://doi.org/10.1002/gps.930060511

Scales, K., Zimmerman, S., & Miller, S. (2018). Evidence-Based nonpharmacological practices to address behavioral and psychological symptoms of dementia. The Gerontologist, 58 (suppl_1), S88–S102. https://doi.org/10.1093/geront/gnx167